Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Diário de um Andarilho

diario d´un autoestopista ¹
Copyright Soaroir 15/9/10

exercicio para o mote: andarilho

imagem/google


Um homem calvo calça preto
E o outro pé sem nada
Carregam seu guarda-roupas

Blusas e blusas caqui
Todas as suas mudas
De uma vida errante

Deus... quanta coisa passa
Lá em baixo

E continua...





nota da autora:
¹ caroneiro
(nômades n respeitam fronteiras
em busca de melhores pastos)

Traduzido por
http://lyricstranslate.com/en/forum/portugues-para-espanhol

El andariego
Un hombre calvo calzando un zapato negro
Y su otro pie descalzo
Llevan su guardarropa.
Son blusas y más blusas color caqui.
Todas las piezas de ropa
de su vida errante
Dios mío... tantas cosas se ven pasar
ahí abajo
Y él sigue...


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ao Entardecer/By the Dusk



AO ENTARDECER...
© Soaroir Maria de Campos

o universo pára ao entardecer
maritacas se refugiam em qualquer lugar
os cães adormecem enroscados à cauda
a dormideira se prepara para a segunda-feira

o universo pára ao entardecer
jovens ansiando pelo novo sol
velhos cabeceando seu crepúsculo
padres orando por suas almas

o universo pára ao entardecer
para a rolinha retornar ao ninho
as naus vergarem seus mastros
o âmago encerrar-se em claustros

o universo pára ao entardecer...
ante a paleta de Maguetas.

São Paulo/SP-Br - Out.30/2007


Free translation:

the universe halts by the dusk
maritacas¹ take refuge everywhere
dogs asleep round their tails
mimosas readying for the Monday

the universe halts by the dusk
young waiting for the sunrise
elder heading their twilight
preachers praying for their souls

the universe halts by the dusk
for the columbina returns to its nest
ships bend their masts
and the soul encloses in cloisters

the universe halts by the dusk
before Maguetas’ palette

¹ - Pionus bird

A Carta

A Carta/The Letter



A Carta
© Soaroir 23/5/09


me postei dormente
em torrão de turfa seca
como resto de amaryllis
esperando Maio.
lembra-se?
as cores estão se transmutando
o céu já é azul-inverno
tudo por brotar -
do estômago às órbitas
esperando resposta.


Free Translation
by Soaroir

The Letter

I laid dormant in
Dry-turf clay
As bulbs of amaryllis
Waiting for May
Remember?
Colours morphing away
The sky into winter blue
All to be sprout -
From stomach to orbits
Sought answer.

sábado, 26 de novembro de 2011

A Cigarra e Eu

Ficheiro:666px-20040515 083441 1 crop2 rotated.jpg
imagem/wiki


Quisera eu ser
... árvore
para reconhecer as estações
... cigarra
acordar após as chuvas
e...
trocar o exosqueleto


by Soaroir - June 29/11



Soaroir
Enviado por Soaroir em 29/06/2011
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T3064964


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (© Soaroir Maria de Campos em "link para obra original" - "data de publicação no recanto"). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Delírios

Delírios
Soaroir
14/4/10

mote: “Amantes”


se não tendes estômago – não vades em frente
oh filhas de Maria, beatas consasagradas
aos estupros dos amantes a mancharem alvos véus
deixados nos altares da inocência – depois
de cada farsa e santíssima eucaristia
recuo-me como se anjo sem asas eu fosse
e do alterego rasgo toda a fantasia engolida
e reengolida em embutidos de verdades
aclamadas em luminosos códigos de barra
vomitai. Vomitai. Vomitai ...Se chegastes até aqui
oh deflorada criatura - vossa loucura suplanta a minha.

(depois arranjo os verbos) Cool

Recuo

Tempo Composto

Soaroir 18/4/09



Recuei para olhar

um muito nada de tempo

porque foi rugido

porque é passado

aguçando pelos ares

nas fendas

nas brechas

o indefinido -

como espantalho

que mete medo.

muito - porque foi rugido

nada - porque é passado.

 
Soaroir
Enviado por Soaroir em 21/04/2009
Código do texto: T1551171

A verdade não está lá fora


A Verdade não está lá fora
Soaroir de Campos
São Paulo - 10-10-10


exercício para "Poesia on-line"
mote: a verdade está na cara




Preciso me dizer algumas verdades

Não vem de ninguém a dor
- minha tristeza!

Não vem de ninguém
Esse vício triste da má sorte
Como a da pomba que se debate
Nas afiadas garras do falcão

Andam por ai espalhadas - respostas
Às vítimas do próprio Tártaro
Cuja verdade não está lá fora...


continua...


Projeto de Prefácio
Mário Quintana
Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.

Soaroir
Enviado por Soaroir em 10/10/2010
Reeditado em 10/10/2010
Código do texto: T2548110

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (© Soaroir Maria de Campos em "link para obra original" - "data de publicação no recanto"). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Falando em chuva

Tempos de Prosa As Águas de (um) Janeiro © Soaroir Maria de Campos Janeiro 2010

ainda dormem os "tropegantes" na breve aragem do verão, a sisuda e silenciosa manhã de segunda-feira digladia com os raios e os trovões no anuviado plenário de São Pedro e São Paulo. dormem alguns, menos eu, na rede; a chuva fura o compulsório asfalto da metrópole sobressalteada de esperança por um dia sem fumaças, motores e violências. timidamente roncam ao longe as engrenagens competindo com os primeiros gorjeios da enfurecida natureza. as plantas me caçoam com seus pingos, antes tímidos, que se avolumam em gargarejos de tormenta que por aqui desaba. a luz não cessa. Ela persiste e reprisa e se aproxima com os trovões e a chuva que aperta. sem pôr de lado um matreiro ludibrio de poeta, eu viro pássaro entre as nuvens carregadas. cai do céu a tampa... penso nas ribanças, nos “barranqueiros” soterrados sob suas casas; nos alagados terreiros; no trânsito parado entre enguiçados nas águas correntes dos bueiros; e os dos pontos que marcam um ponto a cada dia para defenderem irreais 510 de mínimo, máximo para sobreviverem durante outras tantas feiras. ainda faltam dez para eu acordar dessa chuva torrencial que cai às seis. persianas e janelas aos poucos, uma a uma, deixam a luz elétrica passar. silhuetas nos andares, indecisas, estendem os braços e experimentam o tempo. lá, embaixo na enxurrada, se vai um cobertor. Entre PET’s, mais um desvalido encharcado de suas relíquias retiradas dos sobejos de muitos domingos. chove “cats & dogs” por aqui no alto da Paulista.

(encontrado na wikipedia)

Na casa de minha infância

Janela de madeira

imagem/google

Na Casa de Minha Infância

© Soaroir de Campos
26/10/08

Crescia solta a taioba, a mostarda
Alecrim silvestre em touceiras
No quintal, desprendidos resedás
Enfeitavam as nossas brincadeiras.

Faísca ronronava no telhado,
Maribondos zumbiam nos pés de pinha
Alvuras esvoaçantes nos varais
Embandeiravam aquelas nossas vinhas.

Janelas e batentes de azul marcado
Caiada de amarelo amarelado
A Casa de minha infância no cerrado
Balangava num alpendre ensolarado.imagem/google

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pela hora da noite

Noite Bulida

(insônia)
By Soaroir
11/3/09



Eu sou aquela sem hora –
chego quando bem entendo
sem más intenções nas aflições,
cavouco onde o solo é mais fino
e me instalo no que mais estala
na construção de cada dia,
taciturna mente noturna
antecâmara da culpa e da razão
onde sou hífen de pesadelos e sonhos -
himen entre reprimidos gozos
sou grilhões me despartindo toda -
tudo - pela hora da noite.

...
...

(e.t:quando meu texto termina com reticências
é porque ele continuará um dia)

Spring follows it destiny

Manacá
 A Primavera Faz Sina - Spring follows it destiny

Copyright Soaroir 22/9/09

 Do florido pé de manacá
 Eu mando umas flores para ti
 Além das que deixo por aqui
 Outro punhado mando pra lá.

.....XX....

Spring Follows its destiny
From the flowery manacá¹ tree
Some flowers I send to thee
Besides the ones I leave here
Another bunch goes somewhere from me

Soaroir de Campos
São Paulo/Brasil


¹ Manacá = Brazilian ornamental and medicinal shrub belonging to the Solanaceae familiy.

(Free translation, as the usual rhythm differs between Portuguese and English)

domingo, 20 de novembro de 2011

A Magia da Ponte

virtudes da ponte
Soaroir 26/10/10


Existe uma ponte mágica
fixa entre o céu e o cais

Para cruzá-la com segurança
é preciso deixar lembranças
às guardiãs do vau

fadas - que garantem a passagem
do viajante das estrelas
em sua vida e voltas

Eu já doei muitos adornos
e traços de minha identidade
fantasias descabidas
para tão séria viagem

tudo valeu a pena

Hoje em ponto de luz
bordo o caminho do meu afeto
que me leva rumo a Cambridge...




continua...

Nunca Fiz Versos

Descrevendo Saudades

Um rascunho de saudadeBy Soaroir 5/9/10


bluetrees-/myopera/google


Saudade da menina que pensava
Ser um dia atleta ou bailarina
Sonhar, lá não era carecido
Como outras coisas do lugar

Jaz aqui a rapariga que pensa
Ser poeta a falar de saudades
Como a do peixe fresco frito
Que só a mãe sabia fritar

Das bolhas de sabão - não esqueço
Com os frutos do saboneteiro -
Subindo, subindo até ao céu
Azul que gosto de lembrar
(sem revisão)

Envelhecer é Coprológico

reedição


Envelhecer é Coprológico
©Soaroir Maria de Campos
August 11/08






Biriba na praça, xadrez no calção e bocha onde der.

Resetemos a patética poética da velhice.

Escolho as palavras que esta merece, mesmo assim,

É coprológico envelhecer.

Tem a volta do velho bidê, criados mudos e geriátricos panos de fundo.

Buço grosso em lábios finos, gengiva baixa em boca murcha.

Corpos leves em amplos colchões marcados por lembranças

e manchas de tempos e de corpos dantes perfumados

de “Royal Brial” e “Old Spice”.
 
Soaroir

Doida Sabiá

(reedição)

Tempo de Mariscar

© Soaroir 03/09/08
http://pote-de-poesias.blogspot.com




doida sabiá.
como eu, se refestela
ainda de madrugada.
- tirri –trirô , trirô, truri-truri, tirri-trirô.
com mais vigor avisa ela:
- é tempo de Primavera.
- tirri –trirô , trirô, truri-truri, tirri-trirô.
hora de largar o ninho, ir mariscar.
grita como uma maluca:
-tirri –trirô , trirô, truri-truri, tirri-trirô.
andorinhas fazem verão.
fugindo de pastos raros
bandos surgem no horizonte
atendendo a sabiá.
-tirri –trirô , trirô, truri-truri, tirri-trirô.
até o mundo inteiro acordar.


Soaroir

sábado, 19 de novembro de 2011

Recolhidos da Internet

AMOR PROMETIDO
© Soaroir 14/10/07
in Poesias Chuleadas III:


O AMOR PROMETIDO a mim é sincero
O amor de minha vida é de verdade
Mas ele não sabe que ainda existo
Zelosa da ternura e da meiguice
Com carinho guardo o que me disse:
- Carregue-me em teu coração
Onde sempre será o meu lugar
Nunca me deixe partir, querida
Complete-me por toda a vida.
O amor de minha vida é de verdade
Está repleto de ternura e meiguice
Transcendente com discrição e tento
É amor até o final dos tempos.
Quando finalmente despertados
Do inevitável capricho do Universo
Seguirei por toda a Eternidade
O AMOR DE MINHA VIDA -
DE VERDADE.

Decantação

Copyright Soaroir



Num átimo, o tempo subo

Dia a dia –

 ao remoto rumo

ao vício

do prazo

 e do sossego sumo...



Soaroir 19/11/11

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Lyrics Home, Sweet Home

Joseph Shafan disse...
"Home, sweet home"

'Mid pleasures and palaces though we may roam,
Be it ever so humble, there's no place like home;
A charm from the sky seems to hallow us there,
Which, seek through the world, is ne'er met with elsewhere.
Home, home, sweet, sweet home!
There's no place like home, oh, there's no place like home!

An exile from home, splendor dazzles in vain;
Oh, give me my lowly thatched cottage again!
The birds singing gayly, that came at my call
Give me them-and the peace of mind, dearer than all!
Home, home, sweet, sweet home!
There's no place like home, oh, there's no place like home!

I gaze on the moon as I tread the drear wild,
And feel that my mother now thinks of her child,
As she looks on that moon from our own cottage door
the woodbine, whose fragrance shall cheer me no more.
Home, home, sweet, sweet home!
There's no place like home, oh, there's no place like home!

How sweet 'tis to sit 'neath a fond father's smile,
And the caress of a mother to soothe and beguile!
Let others delight 'mid new pleasure to roam,
But give me, oh, give me, the pleasures of home,
Home, home, sweet, sweet home!
There's no place like home, oh, there's no place like home!

To thee I'll return, overburdened with care;
The heart's dearest solace will smile on me there;
No more from that cottage again will I roam;
Be it ever so humble, there's no place like home.
Home, home, sweet, sweet home
There's no place like home, oh, there's no place like home!

http://www.seiyaku.com/hymns/en/148.html 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Home, Sweet Home

By Soaroir

Lar
é onde mora o coração


Mid pleasures and palaces though we may roam,
Be it ever so humble, there's no place like home;
Onde encontro o texto completo???

Verbo Parir

Conjugando o verbo Parir
Soaroir 21/4/10


Dia das Mães 2010


Mãe - verbo
tempo - parir
conjugue-o se for capaz...
sem procurar no Houaiss
do presente
ao futuro mais que perfeito
do subjuntivo
às formas nominais...

eu... pairo

(continua)
 

Distopia

Distopia

by Soaroir 20/7/08


Imagem e texto by Soaroir


Embrenhada mundo afora

Desbravado o céu acima

Mergulhada vida adentro

Cada verdade é um tropeço

Cada qual sem medo passo

A caminho de algum lugar

De onde sem ir voltou

O que não foi como eu quis.



(mote: Meu Mundo e Minhas Verdades)

Meus segredos

O Segredo de Mim

O Segredo de mim¹
Soaroir de Campos
São Paulo - Brasil - 28/4/10


Quem já me viu pensa que me conhece
E de primo já assume como verdade
A aparência do papel da embalagem

Não estima o valor do conteúdo
Nem a chama que tal juízo ateia
Ao secreto eu que sou de fato

Socado lá no fundo dos maus tratos
Cantados em falsetes e inertes escritos
Deveras existe um raro livro aberto.


500-year-old manuscript a first for Wilfrid Laurier
news.therecord.com/article/330399


Continuar

Dia de Chuva

Dia de Chuva
Soaroir
SP/SP/Brasil
Set.20/2010



cada vez que dizemos
“adeus” - morremos

à cada coisa um pouco
pouco a pouco – um pouco

ando estudando verso -
se aprender eu volto...


para ouvir:

http://www.pote-de-poesias.com/

Preamar

Preamar
Soaroir
27/5/10

Ó areia do presente, quantos de teus grãos
São de rios e mares de erosão!
Que há feito da firme antiga rocha
Que a memória ainda se atocha!
Ó fastos dias de (veras e) doces cantigas
Sonhos...Folclore ou lenda antiga?
Mar, amar, marcas na areia...
Recolhidos na maré-cheia!

(volto p revisar)

imagem/terra

Enquanto houver poesia

Enquanto houver poesia
Pensamentos de Soaroir
Maio/2010


o sonoro, aprazível e ameno
são o exato, o magnífico, o puro e o belo
desde que haja alma que os veja
na perfeita mostra do Supremo
enquanto a juventude vir o belo
no decrépito que se afina e se alegra
na rima que todo o tempo lima
o monumento é à virtude do poeta

Na casa de minha infância

Na casa de minha infância

Copyright Soaroir
outubro 24, 2009
 
Crescia solta a taioba, a mostarda
Alecrim silvestre em touceiras
No quintal, desprendidos resedás
Enfeitavam as nossas brincadeiras.
Faísca ronronava no telhado,
Maribondos zumbiam nos pés de pinha
Alvuras esvoaçantes nos varais
Embandeiravam aquelas nossas vinhas.
Janelas e batentes de azul marcado
Caiada de amarelo amarelado
A Casa de minha infância no cerrado
Balangava num alpendre ensolarado.

© Soaroir de Campos
26/10/08

Os Mudamentos

Os Mudamentos

Copyright Soaroir
outubro 24, 2009
Eu me disfarço, camuflo os brancos
Preencho com pó os compactos vincos
Encho a cara, esfumaço os olhos
Ajusto o salto, os óculos a cintura
Renegocio com a beleza do cio
Olho no decote os seios, que feios!
Mataram fomes, mas estão vivos.
Troquei a pele, sobraram escamas
Não quero ver meus pés no barro
Cobertos pela barriga estriada
Que gerou, se na das pernas,
Não marcaria, nem parir iriam.
Apago a luz, e me cubro de certezas
De que ainda não é o fim.
Realço um discurso melhorado
E assim, eu me aceito.
Moços… Não…
Não há melhor idade!

Poesia Vencedora do Concurso Antologia Delicatta III, pela Fundação Cecina Moreira

Do Algarve ate ao Minho

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h1

Do Algarve até ao Minho

outubro 24, 2009
separa aquele vinho

…e por todo o caminho
eu abraçar-te-ei
separa aquele vinho.
aquele, merlot
compatível com a nossa safra.
sobre a mesa, estende a mais fina toalha de linho.
te enfeita.
e a casa, toda de florais e castiçais.
já me vou ancorar em meu porto
por favor, nem uma beleza rejeita.
eu, te levarei como “ si fueras (lleva a) un niño”
pela mão, nos braços, no colo
entre os invejados imortais
de Algarve até ao Minho
… e pelo caminho
eu abraçar-te-ei.
no mais,
separa nada do que juntos já tivemos.
da poesia, eu cá me encarrego
para atravessarmos os portais.
… e por todo o caminho
eu abraçar-te-ei.

© Soaroir 23/8/08
(em pps p Leila Lage:
http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/1370941.pps)

Teorização da dor


Dia dos Finados



A teorização da dor vem dos gregos e romanos, passando por Da Vinci até René Descarte que comparou a sensação de dor com o soar de um sino. A produção e percepção da dor estão ligadas com o sistema nervoso central .

Cada indivíduo apreende a palavra “dor” através de experiências relacionadas com lesões nos primeiros anos de vida. Os biologistas afirmam que os estímulos causadores de dor são capazes de lesão tecidual. A dor é aquela experiência que associamos com lesão tecidual real ou emocional que pode conduzir a lesão tecidual. Assim, experiências anormais desagradáveis (diestesias) também podem ser dolorosas, porém não o são necessariamente porque subjetivamente podem não apresentar as qualidades sensitivas usuais da dor. (sic)

A abordagem que se faz da dor, atualmente, é que ela é um fenômeno ‘biopsicossocial’ que resulta de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, comportamentais, sociais e culturais e não uma entidade dicotômica.

Segundo relatos de estudiosos do assunto, na antiguidade o homem primitivo relacionava dor ao mal, magia e demônios e o alívio era responsabilidade de feiticeiros, shamans e sacerdotes, que utilizavam ervas, rituais e cerimônias no manejo... Mas e a dor da ausência, será que havia remédio ou explicação?

Acredito que para a dor da saudade, dor subjetiva como outra qualquer que o sistema nervoso central se encarrega de disseminar, de acordo com a combinação dos fatores cada um tenha sua própria percepção e teoria. Após um exame de consciência percebo que não sofro de tal dor. Tenho sim, lembranças boas e algumas nem tanto daqueles com quem cruzei neste plano.

Neste dia de Finados agradeço e reverencio os que por mim passaram e deixaram suas pegadas, sem as quais eu jamais teria encontrado o caminho nas encruzilhadas da vida. E àqueles com atitudes menos angelicais também agradeço por terem colaborado para a minha evolução e rogo a Deus que os perdoe.

Que todos descansem em Paz

Copyright Soaroir

2/11/2011


imagem/google
pesquisa/wikipedia
Soaroir
Enviado por Soaroir em 02/11/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T3312827

Resumo de uma fábula

O Vento e a Fábula

Resumo de uma fábula
©Soaroir
21/6/08

“Vento, tu que es tão forte...
Desprende meu pezinho!?”
-É perigoso e longo o caminho...
...
“Deus, Tu que és tão forte
que governas a morte
que mata o homem
que bate no cão
que persegue o gato
que come o rato
que rói o muro
que prende o vento e
tapa o sol
que derrete a neve
que meu pezinho prende:
desprende meu pezinho!?”

- Eu sou tão forte que te tiro a fala.
Soaroir
Enviado por Soaroir em 21/06/2008
Reeditado em 21/06/2008
Código do texto: T1044429

Pensamentos meus

Antropossofia

…© Soaroir Maria de Campos


.precisamos mais contar da magia dos bem-te-vi. Há mais coisas em seus cantos do q dizemos por aqui (19/07)


.Mesmo com vaias sem platéia não há show.

.Trocar de raposa não salva o galinheiro.

.Para cultivar uma linda rosa
nada melhor do que um pouco de estrume

. Sofrer deixa saudades

. Coisas fáceis são difíceis

. Porta fechada impede retorno

. Ir ou não ir é questão de caminho.

. O passado é fundamental, o presente vestibular, o futuro
doutorado.

. Poeta, isto é Vida, penso eu. Crescemos cada vez q encerramos um sonho.

. Dias meus
Coletivo de manhãs
de noite.
Soaroir Maria de Campos - Fev. 13/2007



. Educação & Pobreza
Hiato com paixões
Adestramentos
Comidas.
Soaroir 15/2/07)

Quando limpamos nossas gavetas a gente pára de arrastar muitas correntes. Fev. 27/07

Nada é em vão. O que precisamos nos chega quando menos esperamos. Obrigado Deus. Soaroir 12/3/07

. Solidão é preciso. Sofrimento não.

.Convite para o presente:

Envaidecida agradeço seu convite. Conte com a minha participação. Não prometo levar só flores, mas compareço de coração.
Soaroir 15/3/07

- Tudo passa no espaço, mas parece que os tempos insistem em voltar
Soaroir 22/3/07

- amor invisível e incontestável e lindo, não magoa. 23/3

-
30/03/2007 09h13 - Soaroir
Nada está errado - ninguém está certo - o que somos é o q conta.

- Professorado

da pena do poeta
sai timão
e orientação.
Soaroir 4/4/07

Poetrix em resposta ao poema de
Daniel Everson
Verdades Cuspidas.

Por que escrevo poesias?
Falta de talentos e vocação da mão - 16/4/07

Tristeza Boba

sensibilidade
Copyright Soaroir


Sinto uma tristeza boba - por dentro
algum arranhão parece aberto

Não sei não - qual a razão...

O horário de verão - ou esta
primavera nublada?

Hoje sinto uma profunda vontade
de sentir nada...
Soaroir em 18/10/2010
Publicado em RL
Código do texto: T2563510

   

domingo, 13 de novembro de 2011

Talvez eu tenha te amado


Talvez eu tenha te amado

perhaps love

Copywright Soaroir

(reedição)

T.Lautrec


amor risco

extinção talvez

como o perdão

pra civilidade:

grilhões.

que um dia eu tenha amado

talvez!...

e meu coração, não sei

não tenha entendido

amor, talvez

eu tenha um dia te amado.

ou não. Amado te amei

talvez...

terna e tão francamente...

Deus testemunhe

talvez

que eu tentei

permita Ele à outra

quem te ame agora

doutra vez.

Soaroir em 18/10/2007
 Código do texto: T699841

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pragas de Gaveta

Filosofia

® Soaroir Maria de Campos
31/10/07 11:26



ao arrastar os móveis encontramos pó;

aranhas bem instaladas

em suas confortáveis teias

indagando assustadas:

“o que foi que mudou?...”

ao revirar os guardados ouvimos

das tíneas alegação tecida

com a mais pura seda de nossa rouparia,

razões para casulos secos ou com vida.

finalmente, ao chegarmos ao desvão,

depois de se ter descido até o porão,

despejamos todas as antigas pragas,

assumimos de pronto nossa habitação.

desativados os persistentes engavetados,

marcamos novo prazo pra arrumação.
 
 
Mote:"Está findando o prazo de validade
do(s) sonho(s) que eu engavetei."
 
Soaroir
01/11/2007
Reeditado  04/11/2007
Código do texto: T719105

Purpura Face do Tempo

by Soaroir



barda, sebes, taperas
correntes sob pontes
reflexos que oscilam
de acordo com o viajante

o tempo é mágico
sedutor, unicaule
flor de óleos essenciais – enfleurage

em zimbro ou tempestade
dependendo da filtragem
Original em 26 agosto 2010 às 11:03     

Cada amanhecer é uma lição

by Soaroir

7/3/09

imagem/google


Pela plumagem acastanhada e listras cremes raiando o dorso
ela era uma pardeja, pequena, mas com grande dedicação
alimentando um pássaro preto de maior porte que o seu –
por certo nem era filhote dela, mas lá ia de grão em grão
mal descascava um alpiste e logo vinha outro piado -
já bem alimentados ambos voaram
e eu parei de olhar pro chão.
Soaroir
publicado em Recanto das Letras
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sábado, 5 de novembro de 2011

Adote um Poema Vira-lata


                 "cachorro-poema"



meu cachorro-poema é vira-lata
nenhum com pedigree chega perto
com medo das suas pulgas...
deste rafeiro o que ninguém sabe
é que o seu faro é de perdigueiro

Sem pedigreeSoaroir 7/7/10




 Busca
Mário Quintana

Subnutrido de beleza, meu cachorro-poema vai farejando poesia em tudo,

pois nunca se sabe quanto tesouro andará desperdiçado por aí...
Quanto filhotinho de estrela atirado no lixo!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Espelhos

imagem:google


Espelhos
©Soaroir de Campos
6/5/10

Que me importam os espelhos
Já andavam por ai refletindo
Figuras virtuais
Muito antes do ver

Que me importam os espelhos
Seus blefes não me convencem
O que existiu ainda existe

Que me importam os espelhos!
Estampados de mim
Sem oposto, mais atual..


continua...