Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

domingo, 30 de dezembro de 2012

Profeta de nosso Tempo





Gentileza

Marisa Monte

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta


Rizomas de uma Alma


Soaroir 29/12/12


Ninfeias Azuis - Claude Monet  - Museu d'Orsay, Paris



Mergulho nos vãos da existência

Quebra o selo do sigilo e,

Cerra o toque de recolher

Do perfume das ninfeias -

Principiadas nas profundezas -

A acolher borboletas

Vindas todas de um tempo

Que há muito decorreu;

Adorno precioso...

Para construir novos trajos

Ou aviar a mortalha.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal Visto de Cima

Natal Visto de Cima
Soaroir 25/12/12  12:04

 (rascunho - sem revisão)

Jejum

 
 

Agora um fresco, mas forte vento assobia por entre algumas frestas.  O resto é silêncio. Do quinto andar vazio de vizinho observo lá embaixo uma cadelinha que tenta correr com suas patas traseiras mecanizadas. Também observo meu pé de fava rajada com duas vagens sobreviventes de boa florada; plantada em um pequeno vaso ela sobe céu à cima. Espero que as gavinhas suportem.

Refugiado durante toda a noite devido ao barulho, Tuko dorme tranquilo na cama do Tuca que foi passar o Natal com o pai.

Com tanto vento espero que a luz não acabe. Provavelmente hoje não roubarão fios, o ar está mais leve e sem cheiro de encapamento queimando. Temperatura agradável, diferente dos 33º de ontem.

Essa noite, de repente, o azul tomou conta do céu antes cor de chumbo e a Lua quase cheia ao lado de Vênus, ou Júpiter?, me pareceram mais perto.  Muitos fogos de artifício. Na praça em frente, meio as comemoração vistas de longe chegam correndo dois rapazes para curtirem seus cachimbos.

Acendi sete velas decorativas, sobradas do despejo de Dezembro de 2010 e enquanto elas com dificuldade queimavam roguei pelos meus filhos e neto. Pedi que Deus não me permita sentir rancor.

Meia noite, sem quem abraçar, pesar ou autopiedade,  imaginei a solidão do  porteiro e desejei –lhe Feliz Natal pelo interfone. Surpreso ele me retribuiu.

 Acompanhei direto do Vaticano a Missa do Galo e refleti muito com a mensagem da omilíada, digo Homilía.

Primeiro Natal nesta morada; só, com o cachorro escondido debaixo da cama, encontrei tempo para Deus. Ou foi Ele quem arranjou este tempo para mim?

Enviei e-mails de Boas Festas para a família na Inglaterra. De um acabo de receber Delivery Status Notification (Failure)". Talvez meu filho ligue mais tarde.

Com jejum alcoólico sinto mais fome. Retirei do freezer a carne moída. Acho que farei um macarrão.

 
(rascunho – sem revisão)

domingo, 16 de dezembro de 2012

Renascer

(Coleção Perdidos na Net)


Como um João-de-barro
Deste Natal em diante,
Daqui para frente,
Reconstruirei meu lar
Aos charros -
Vida longa!
Eu os verei passar...
Soaroir de Campo

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"O nome a obra imortaliza"

Que todos os bons pedidos sejam atendidos.
Salut!
Soaroir 12/12/12




Autor: João Nogueira 

  
"O corpo a morte leva
A voz some na brisa
A dor sobe pra'as trevas
O nome a obra imortaliza
A morte benze o espírito
A brisa traz a música
Que na vida é sempre a luz mais forte
Ilumina a gente além da morte
Venha a mim, óh, música
Vem no ar
Ouve de onde estás a minha súplica
Que eu bem sei talvez não seja a única
Venha a mim, oh, música
Vem secar do povo as lágrimas
Que todos já so.....frem de......mais
E ajuda o mundo a viver em paz"





Soaroir
Enviado por Soaroir em 12/12/2012

sábado, 8 de dezembro de 2012

Brioches

(coleção Perdidos na Net)


BRIOCHE CULTURAL


Nada mudou na monarquia
temos  brioches da aristocracia
e  muitos circos “proselitistas”
pastoriados por argentaristas
reféns da choldraboudra
sem esperança de espoldra.

se é de súcias o pcc
e o governo de a,b e c
como podemos entender
vir a liberdade se abster
dos mortos se conhecer

enquanto no morgue exala
corpos tombados sem RG
aquela gente aguardada
que não vai mais poder se ver
na “Virada Cultural”
ou aos discursórios de TV
brioches  senhores...brioches...
brioches para mascarar a dor
neste grande circo fingidor
para os tombados sem nome
cuja/esta guerra tem agnome.

brioche sr...? brioche senhora...?
venham todos, é de graça!

pianos na praça
zabumba chalaça
“singelando” a rebarba
como remédio de berba
escorregando sem dor
um politiquismo abafador
que encobrindo (sua) a abstemia
vem zombar da melancolia
dando virada cultural
numa traição gutural
mostrando como o povo é feliz
enquanto (a) turbas dominam seu País.

hoje tem espetáculo
ontem teve marmelada
agora o palhaço tem alegria
sob as lonas da abulia
até o gol da seleção ser gritado
e mais um amanhã ser camuflado
brioches... brioches...
senhores, brioche!?
é de graça...

                                                                                 

 Soaroir – 22/05/2006

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Mistérios de Natal

(coleção Perdidos na Net)


Dê uma Trégua ao Natal

(reedição) 


imagem/google
 
(um breve rascunho)
Soaroir
9/12/10

Troquei o tênis por uma sandália rasteira que por desusança me faz caminhar mais lentamente “Quinze dias para a Noite de Natal” ouvi enquanto atravessava o farol a caminho de mais um compromisso de factotum.

Suando em bicas acabo de chegar do supermercado e diferentemente da falta de umidade do ar, percebi os olhos marejantes de compaixão e bondade das pessoas, como se de repente um dispositivo regulado para ligar somente nesta época fosse ativado. Involuntária reprodução de reação alheia que se espalha e contagia.

Chega a ser sinistro a repentina gentileza dos transeuntes que param de dar esbarrões uns nos outros; ajudam os idosos a carregarem seus pesos; jogam as guimbas na lixeira; recolhem o cocô de seu cachorro. Quanta solicitude... Percebi que deixei de ser transparente para os funcionários do meu condomínio. O porteiro até me ajudou com as compras, abriu o portão que normalmente, quando com as mãos ocupadas, preciso empurrar com os pés.

Caso pensem que vou cotizar naquela caixinha de final de ano, se enganam. Estou entre aqueles que recompensam o bom atendimento e não o compra.

Mas vamos lá. Invoquei a minha alma poética e considerando o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ser comemorado amanhã, 10 de dezembro, comecei por mim, indagando por que permitimos sentir o que o outro desperta em nós. E o que será que despertamos no próximo para mudar de atitude displicente para respeito e consideração somente na aproximação do Natal?

Seria medo do castigo de Deus, interesse material ou porque nesta época as pessoas largam seus saltos altos e tênis e andam mais devagar?

Aqui neste teclado e de pés no chão me lembro do John “tudo o que estamos dizendo é: dê uma chance a Paz” - mesmo que seja só por trinta e um dias dos 365.

sábado, 1 de dezembro de 2012

No Cais do Mundo

(Coleção "Perdidos na Net")

No Cais do Mundo
Soaroir 25/04/08

Sentada no cais do mundo esperei

De verão a verão sua chegada

Vi navios indo e vindo

E você qual nada!

Desisti...

Felicidade parece —

Inesperada.

Manifestos

Coleção "Perdidos na Net"

MANIFESTO DE AMOR

Manifesto
Soaroir 25/05/07

os meus olhos te encontraram
e te olharam, longamente...
os teus olhos, me fitaram
demoradamente...
desde então, nunca mais vi
nem senti
outro olhar em  minha vida...

II

Endosse
Soaroir 25/5/07- 10:00h

tua liberdade alucinou os meus sentidos!...
avistei a felicidade
em mundos desconhecidos...
fascinou-me a expressão forte
de liberdade e de desejo
em tua pousada.

III


o encontro ditado por um olhar.
talvez fora á vista primeira.
e o desenconto por deixar voar,
poderá durar uma vida inteira.
perdoi-me cara poeta, mas teus versos entrou de tal forma, que não pude calar-me. beijos.
DE: faustopoti 27/5/07