Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

quarta-feira, 29 de maio de 2013

La verdad no esta afuera

(Perdidos na Net)

 

Poesia

Poesia de
Soaroir de Campos
São Paulo - 10-10-10

A Verdade não está lá fora

Preciso me dizer algumas verdades
Não vem de ninguém a dor
- minha tristeza!
Não vem de ninguém
Esse vício triste da má sorte
Como a da pomba que se debate
Nas afiadas garras do falcão
Andam por ai espalhadas - respostas
Às vítimas do próprio Tártaro
Cuja verdade não está lá fora...
continua...

Try to align
Spanish

Poesía

La verdad no esta afuera

Tengo que decir algunas verdades
No viene de nadie este dolor
mi tristeza
no viene de nadie
esta triste adicción a la mala suerte
como la paloma que se debate
en las afiladas garras del halcón
corren por ahí, dispersas - las respuestas
las victimas del propio Tártaro
cuyas verdades no están afuera
thanked 1 time

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domingo, 26 de maio de 2013

Ser Velho é ...

(Coleção Perdidos na Net)

SER VELHO É...

Soaroir/2005

Ser Velho é:


Não ter idéias
Desprezar as normas
Duvidar dos dogmas
Descartar o amor
Perder a libido
Não rir do cômico
Acreditar nos médicos
Crer que não tem deveres
Recusar-se a introjetar
Depender de remédios
Aviltar a inteligência
Subjugar a força
Desdenhar o mal
Depreciar os jovens
Descrer dos elogios
Aceitar a solidão
Perder o emprego
Não procurar os amigos
Jogar cartas
Esperar pelo almoço de domingo
Substituir a costelinha
Evitar a picanha
Cortar o álcool
Parar de fumar
Tirar os calos
Concordar que a Evolução vem do erro
Apostar na aposentadoria
Começar a dividir os bens
Supervalorizar o passado
Repetir estórias
Trocar o horóscopo pelo obituário
Valorizar a masturbação
Sonhar com orgasmos
Arrepender-se do tempo perdido
Ler os clássicos
Montar a árvore genealógica
Comparar o futebol antigo
Apreciar a distância os bebês dos outros
Regozijar-se pelo monte de filhos
Surpreender-se pela promiscuidade
Desprestigiar a ciência
Amar a Natureza
Escrever as memórias
Acreditar que o país não tem mais jeito
Colecionar antiguidade
Gostar de ser brasileiro
Orar antes de dormir
Questionar se vai pro céu
Aprender a dizer “não sei”
Saber de cor o nº do CPF
Pedir perdão,
Entregar pra Deus
E deixar que Ele resolva o resto
Passar o tempo aprendendo-
sonhando-contando,lembrando e esquecendo.
SÓ NATIMORTOS SÃO JOVENS

Soaroir/24/01/2005

por Soaroir em 20/09/2006
Reeditado em 27/09/2006
Código do texto: T245053
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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Invoco o Louco

(coleção Perdidos na Net)

Invoco o Louco

©Soaroir


Eu, pouco, muito pouco faria se tivesse quatro mãos, se fosse o único humano a tê-las; me tornaria  handicapped, deficiente, aleijão, matéria de pesquisa, atração. Idem se não agir como todo mundo. Mas agora basta de amar outros amores, mandar flores para os defuntos, chorar sobre sepulturas alheias. Estou enterrando meus próprios mortos, mudando da tradição a mania. Rasgo aqui minhas listas de promessas e esperas. Vou me amar de verdade; parar de fingir, que acredito, que família é tudo igual, que virtual é real e que poesia é estética; de pensar e agir como papagaio; largo o bando de seriemas e piaçocas e  paro de revolver ciscos, catar insetos, engolir sapos. Cansei de avoar em bando. Desço para o meu posto e assumo que não me apraz ouvir bordões, citações de famosos morridos e matados, frases feitas e aplaudir a escassez de originalidade.
Por tudo isso é que às vezes me grito quando me indagam como me chamo. Sou tanto largado entre a maioria dos que me chamam de muitos nomes ao mesmo tempo! Mas eu me creio e por isso agora eu me chamo para esvaziar a lixeira, e o resto da caixa de entrada marcar como spam.
Basta de Ctrl C e V, filosofar, rimar meus versos com outras rimas. Pode até ser besteira, mas se troco o café, o açúcar, a cachaça e o cigarro por ansiolítico medicamentoso, como fica meu estado de alerta contra a ignorância de tudo e todos?
Importava-me com tudo e todos apesar da ignorância deles. Agora é tarde. De acordo com o CID-10 possuo F33.2, direito adquirido de invocar o louco.
©Soaroir
01/01/2012



          Louco, sim, louco, porque quis grandeza
          Qual a Sorte a não dá.
          Não coube em mim minha certeza;
          Por isso onde o areal está
          Ficou meu ser que houve, não o que há.

          Minha loucura, outros que me a tomem
          Com o que nela ia.
          Sem a loucura que é o homem
          Mais que a besta sadia,

          Cadáver adiado que procria?

QUINTA / D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL ~Fernando Pessoa



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Temos Brioche

(coleção Perdidos na Net)

BRIOCHE CULTURAL

Soaroir – 22/05/2006
Nada mudou na monarquia
temos  brioches da aristocracia
e  muitos circos “proselitistas”
pastoriados por argentaristas
reféns da choldraboldra
sem esperança de espoldra.

se é de súcias o PCC
e o governo de AB e C
como podemos entender
vir a liberdade se abster
dos mortos se conhecer

enquanto no morgue exala
corpos tombados sem RG
aquela gente aguardada
que não vai mais poder se ver
na “Virada Cultural”
ou aos discursórios de TV
brioches  senhores...brioches...
brioches para mascarar a dor
neste grande circo fingidor
para os tombados sem nome
cuja/esta guerra tem agnome.

brioche sr...? brioche senhora...?
venham todos, é de graça!

pianos na praça
zabumba chalaça
“singelando” a rebarba
como remédio de berba
escorregando sem dor
um politiquismo abafador
que encobrindo (sua) a abstemia
vem zombar da melancolia
dando virada cultural
numa traição gutural
mostrando como o povo é feliz
enquanto (a) turbas dominam seu País.

hoje tem espetáculo
ontem teve marmelada
agora o palhaço tem alegria
sob as lonas da abulia
até o gol da seleção ser gritado
e mais um amanhã ser camuflado
brioches... brioches...
senhores, brioche!?
é de graça...

                                                                                 

 Soaroir – 22/05/2006
Enviado por Soaroir em 10/06/2006
Código do texto: T172944
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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Felicidade é obra de engenharia

(coleção Perdidos na Net)


imagem google

©A felicidade, segundo Soaroir

©A felicidade
           segundo Soaroir.
                   27/7/07- 15h


Introdução:
É obra de engenharia
Construída pelo homem
Regida pela necessidade
De toda a humanidade.

  ♦♦♦

Deve ser antes bem analisada
O preço nem sempre é razoável
Pra evitar desmoronar inteira
O material tem que ser de primeira.

É necessário perfuratriz
Na construção que envolve
Adequada estrutura, dimensão
E projeto para longa duração.

Não serve solo inconsolidado
Tampouco rocha sedimentar
Com a porosidade há fissura
Deixa sem suporte a estrutura

Necessária é ser profunda
Ter boa capacidade de vazão
Mesmo quando toda revestida
Sua meta não é comprometida

  ♦♦♦

Conclusão:
A felicidade é uma cacimba
Alimentada por solo argiloso
Do leito de águas subterrâneas
Acumuladas num espaço vazio.

por Soaroir em 07/08/2007
Código do texto RL: T596982
Classificação de conteúdo: seguro

Leva Tempo

(coleção Perdidos na Net)

sábado, novembro 24, 2007

Leva tempo

By Soaroir 23/11/07 10:30
"Porque ainda há tempo/retrospectiva"




O tempo passa e leva as coisas simples, corriqueiras

coxia, coxia, de noite e de dia, o peão entrou na roda, roda peão

e muitas outras brincadeiras quando miúdo queria ser grande.

Leva tempos que não deixaram saudade das dificuldades

no retirante, na viúva desvalida, nas filhas distribuídas

para conseguir uma guarida e dois pratos de comida.

Leva tempo para esquecer as desventuras vividas

as tentativas frustradas e as injustiças sofridas

no tempo de busca pela direção dos ventos.

Mas o tempo passa e junto leva aqueles tempos

pensados não haver mais lugar nem tempo

enquanto há tempo de ser feliz .

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Carta de Admissão

(coleção Perdidos na Net)

Carta de Admissão

(Satirizando o fato)

"Porque eu quero trabalhar..."
© Soaroir de Campos
http://pote-de-poesias.blogspot.com/2010/04/linguagem-dos-bichos.html


Diferentemente de muitos atualmente empregados que amaldiçoam a palavra “trabalho”, eu, compulsoriamente aposentada, os invejo por terem uma ocupação que os eleva a condição de cidadãos úteis à sociedade e capazes de cumprir condignamente seus compromissos.

Não tenho saudade dos tempos em que fiquei presa no trânsito; em que exausta após um dia de trabalho buscava os filhos na creche antes de preparar as refeições. Mas o tempo passou e os filhos avoaram para construírem seus próprios ninhos. Porém não as minhas contas a pagar que continuam a arrulhar mensalmente canções que não são propriamente de ninar.

Meus cabelos largados brancos são de propósito, para mostrarem que minha experiência não é fabricada, tampouco manipulada para atender aos laboratórios de seleção.

Provavelmente eu carregue defasagens - normal para quem ficou fora do mercado de trabalho por vários anos, no entanto estou certa de poder me atualizar para acompanhá-los.

Quanto por quê na sua empresa...Sinceramente não sei. Somente os senhores poderão dizer, se optarem por me oferecer uma oportunidade de juntos atuarmos.

São Paulo-SP/Brasil
14 de Abril de 2010

sexta-feira, 10 de maio de 2013

De Mãe para Filhos

(coleção Perdidos na Net)

Essa Coisa de Mãe

Soaroir
6/5/10
 


lembrem-se
somos seres humanos
um dia filhas, marcadas
muitas a ferro
(atraves das mães)
pelas mães
de suas mães...

e tem mais
todas têm defeitos
o maior deles, sem sombra de dúvida
é sem ao menos dizer “adeus”
partir sem nosso consentimento... 

Filhos da Mãe

© Soaroir de Campos
11/4/10

Não me cobrem no dia-a-dia a falta de fôlego
O paradeiro da diversão e da meiguice, a arte
A vida é o que da vida pode ser feito
Apenas o herói tem o poder de refazê-la

Não me agradeçam pela água e pelo pasto
Muita comida é (ainda) necessária para crescer
Ser grande e mudar em todo o mundo
A falta que diversão e arte fazem.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Violetas Para Mamãe

 

 

Violetas para Mamãe

Soaroir
10/5/09

Ontem comprei violetas fresquinhas
Hoje as entreguei a minha mãe
Precisavam ver o sorriso delas
Por todo o porta-retratos
...



 
por Soaroir em 10/05/2009
Código do texto: RL  T1585994