Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Poesia para um Cão Chamado Tuko

Perdidos na Net)

Poesia para um Cão
Soaroir 1/12/12





Primeiro rascunho de



"Poesia para um Cão

Cão de guarda. Guarda tudo
Adotado, quer provar
De esperto a topetudo
Que merece ter um lar.

Roeção abandonou
Dedicou-se a caçar
Vespa, mosca ou vagalume
Ou que ouse avoar

Carente que nem só
Entende de abandono
Com olhar ainda, cotó
A proteger o seu dono

Eu vou parar por aqui
Ou ele vai ficar besta
Nem quererá mais dormir
Naquela sua velha cesta..."
 Soaroir 1/12/12

Em Busca do Indivíduo Perdido

(perdidos na Net)

EM BUSCA DO INDIVÍDUO PERDIDO

Copywrite Soaroir
14 de maio de 2007


"Esse homem encontrou a felicidade ao descobrir o tesouro de Príamo, o que prova que a realização de um desejo infantil é o único capaz de proporcionar a felicidade" S. Freud.

"não escapa a Freud que a felicidade é (…) o que deve ser proposto como termo a toda a busca, por mais ética que seja". J. Lacan


Citações somente para registro de que a busca pela tal felicidade é mais velha do que eu e nem mesmo os mais conhecidos pensadores parecem ter chegado a uma conclusão definitiva. Eu como indivíduo posso eventualmente decidir se sou ou não feliz, desde que para isso meus parâmetros não sejam cópias de outros; posso ser feliz, mas não em tudo tampouco o tempo todo, esta é a minha única certeza.

Ainda no caminho das certezas, os religiosos aguardam a felicidade não para este mundo, mas na vida eterna, onde encontrarão oásis, pão e mel, e cem virgens sem nada ter que desembolsar, o que de alguma forma nos remete a pensar que até mesmo no céu, felicidade está relacionada com o se dar materialmente bem.

Minhas dúvidas residem nos apelos predominantes de nosso século, quando uma maioria, com pouco ou nenhum fundamento científico ou filosófico, buscando sua própria felicidade de acordo com seus parâmetros, lança uma montanha de manuais de auto-ajuda prometendo utópicas receitas de como se ser feliz.  Há volumes e mais volumes recheados de teorias sobre felicidade; intermináveis dialéticas abertas a quem estiver nesta busca para encontrá-la no céu, ou no agora.  No entanto, assim como ninguém voltou da tumba para nos contar como é a felicidade eterna, igualmente nenhum dos lançadores de manuais milagrosos volta nos oferecendo um feed-back com os resultados de suas “poções” mágicas.

Como indivíduo entendo que a promessa de felicidade é como preâmbulo necessário ao esquete da vida, uma forma de minimização dos sofrimentos, das misérias a que temos que enfrentar.

Quando lanço uma pedra no rio e sou capaz de perceber quantas ondas tão pequeno objeto pode causar; quando me dou conta de que até mesmo um beija-flor precisa pousar; o quanto eu posso enxergar, sou um indivíduo feliz, desde que tenha em mente que “Ninguém pode me obrigar a ser feliz a sua maneira”. I. Kant

Segundo corrente existencialista, o ser humano foi castigado com o livre arbítrio, pois ao fazer escolhas, freqüentemente serão prejudiciais, não importando qual escolha seja feita. Assim, é mais fácil seguir ordens, do que ter que tomar decisões. É mais fácil ser infeliz, dá menos trabalho e ainda angaria piedade.

(para tema da semana Ensaio “O indivíduo e a felicidade”)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O Cafundó das Palavras

(Perdidos na Net)

O Cafundó da Palavra

© Soaroir
7/6/09

                   Mote: "De onde vêm as palavras?"


a palavra preciosa se esconde
no fundo do mistério
e ansiosa pula, e pinta a minha tela
com as cores das barrancas
da fumaça das casas de reboco
com as vozes de parlamentos
departamentos de idéias alegres
apaixonadas, solitárias
ou melhor coisa fonêmica
insculpida em minha memória.

Entre o Céu e a Terra

(Perdidos na Net)
Foto  de Tucalipe Dez.2013/

Entre o Céu e a Terra

© Soaroir de Campos

- Eu amparo o vento.
- Em mim ele vagueia.
- Eu me visto de nuvens.
- Elas me enleiam.
- Eu nasci faz tempo.
- Eu canto a vida e a morte.
- Todos me vêem.
- A mim interpretam.
- Eu seguro a neve que prende pés.
- Eu vôo até o Sol e me derreto.
- Sou muito importante, a mim até veio Moisés.
- Entre os deuses eu habito.
- Eu sou muito alta.
- Sou mais o poeta.
- Eu sou sólida.
- E eu transparência.
- Eu sou pedra.
- Eu sou criação.
- Sou intransponível.
- Sob teus pés habito.
- Sou poderosa.
- Tua areia me enriquece.
- Faça me uma lenda.
- Dê-me então um mote.
- Esmeralda.
- Está bom assim?
- Não vejo cor!
- São versos brancos!
- Quem é você?
- Emoção.
- Eu sou a Montanha.
- Muito prazer, eu sou a Poesia.


(Esta poesia concorreu no "Concurso Talentos da Maturidade"
do Banco Real/2008 )

Perfume de Estrelas


Perfume de Estrela

Soaroir
12/5/09


Doce fragrância gota-a-gota
De luz e graça e obediência
Preciosa de seu lugar no alto
Pela manhã é D’alva
Pós-ocaso Vésper...
Telúrica (titânica)Vênus perfumada
Que os enamorados tocam
Além de pastores
      [madrugadores
E sonâmbulos poetas.

Poenato para 2014

Soaroir
30/12/13


 
imagem google
 
Ao soar das doze badaladas
De janeiro para Fevereiro
Em 2014 a galope rompe o céu
O Cavalo de Madeira
Que depois de seis décadas volta
Para colher dos destinos arados
O que então foi semeado...
Soaroir 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ser Poeta é...

(reedição)

 

Ser poeta é o bicho...

© Soaroir 28/10/07 13:54





imagem: Net
i
Poeta é um ser contente
Ainda que viciado na dor
Passa a vida sofrendo
Dizendo ser por amor
ii
Ser poeta é não ter medo
Se arriscar a ser ridículo
Fazer uns versos tolos
Pensando serem versículos
iii
Poeta é ser visionário
Com a cabeça sempre no ar
Mantendo os pés no chão
E amor em todo o lugar
iv
Ser poeta é um castigo
Quase uma maldição
Precisar ter uma musa
Pra servir de inspiração
v
Ser poeta é ser egoísta
Só falar de si e da musa
Dizer tudo que bem pensa
Sem ter que pedir escusas
vi
Ser poeta é ser divino
Também é ser um capeta
Sutilmente com argúcia
Põe a boca na trombeta
vii
Poeta é ser pretensioso
Diz-se artista e profundo
Jura que sua poesia
Um dia ainda alcança o mundo
viii
Ser poeta é viver pobre
Só rico de imaginação
Em terra em que o “larjant” manda
Não se conta inspiração
xi
Ser poeta é ser tudo isso
Bem mais e muito mais
Que juntar sentimentos
Consoantes e vogais.

Aos Poetas

Poeta de Minuto
By Soaroir 18/10/12


imagem/prosimetron/google


Para não dizer que sou bruto

Pra tal data, de antemão,

Pago já o meu tributo

E com rogo de perdão

Nesses versos assim solutos

Segue minha exaltação

Aos bardos absolutos

Evoés! Celebração...

Soaroir

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Nova Pele em Mim

(Perdidos na Net)


Tatuagem

Soaroir 1/6/10

    
Nova pele em mim
                

 no que o tempo roça o corpo
mente e espírito se aquiescem
e o troféu arrebatado
é d’alma que não envelhece

do imberbe profundo transe 
sai a angústia dissolvida
sem notar, com nova pele
o herói prossegue a vida

da esquivança e da lamúria
expulsa o tempo que não ria
confiante então repousa
no velo da sabedoria...

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Não Aprendi a Dizer Adeus

Soaroir
24/4/07

(Perdidos na Net)
Eterna Despedida

Livremente
Soaroir de Campos

barcos vagando na corrente,
deste destino indiferente!
destino, faze que se encontrem

os nossos barcos,
novamente!
e a te esperar.

e a me esperares.

assim ficamos, pelos tempos!

domingo, 8 de dezembro de 2013

Depois da Tempestade

(perdidos na Net)

"Depois da Tempestade"
Por Soaroir 08/07/07 - 11:42


vêm desesperança
corações destelhados
almas alagadas

                embebidas rachaduras
                na couraça concreta
                abstrata infiltração 
 
                          ventos da insegurança
                          depois da tempestade...

sonhos escoados vagueiam
a deriva o pobre lar
em mar de lama.

                sobejos e desânimo
                desbriam recomeçar
                um outro temporal
.

p/poesia on-line do RL