Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

sábado, 23 de agosto de 2014

Proverbios lógicos

Ao término do jogo o rei e o peão voltam para a mesma caixa. (Provérbio Italiano)


A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque

as grandes a gente logo enxerga. (Provérbio Japonês)

Ao Entardecer (By the Dusk)

Copyright ©:  
Soaroir

(Perdidos na Net)

o universo pára ao entardecer
maritacas se refugiam em qualquer lugar
os cães adormecem enroscados à cauda
a dormideira se prepara para a segunda-feira
o universo pára ao entardecer
jovens ansiando pelo novo sol
velhos cabeceando seu crepúsculo
padres orando por suas almas
o universo pára ao entardecer
para a rolinha retornar ao ninho
as naus vergarem seus mastros
o âmago encerrar-se em claustros
o universo pára ao entardecer...
ante a paleta de Maguetas.
(São Paulo/SP-Br - Out.30/2007)
Free translation:
the universe halts by the dusk
maritacas¹ take refuge everywhere
dogs asleep round their tails
mimosas readying for the Monday
the universe halts by the dusk
young waiting for the sunrise
elder heading their twilight
preachers praying for their souls
the universe halts by the dusk
for the columbina returns to its nest
ships bend their masts
and the soul encloses in cloisters
the universe halts by the dusk
before Maguetas’ palette
¹ - Pionus bird
From: 
Soaroir/ Brasil

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O Lado Esquerdo da Avenida Paulista

(Perdidos na Net)

O LADO ESQUERDO DA AVENIDA PAULISTA

© de: Soaroir Maria de Campos 23/out.2006
O LADO ESQUERDO DA AVENIDA PAULISTA

“Até 1890 a Av.Paulista era apenas uma trilha de boiadas no alto do espigão. Em 1891 foi aberta e urbanizada pelo engenheiro Joaquim Eugênio de Lima. Hoje, embora esteja longe de ser umas das vias da cidade, transformou-se no símbolo de São Paulo. Em torno dela nasceram novas ruas; novos bairros e instituições que já se confundem com a própria história da cidade e do estado. Aristocrática desde o berço, Avenida Paulista tem aqui contada sua história de pioneirismo, de beleza, de religiosidade e romantismo. Nela e junto com ela aparecem muitos e muitos nomes daqueles que construíram São Paulo.”

Ser paulista é estado de espírito, mas os espíritos de porco fizeram de tudo para que a gente deixasse de amar esta cidade.

Hoje a Avenida Paulista está mais para uma tapera, pior do que no tempo em que era passagem para as boiadas em direção ao matadouro, o que durou até a Lei nº100/1894 da municipalidade, baixada com o fim de proibi-la. O abuso não parou por lá e pela visão atual, continua até os nossos dias.

A partir do número 663 , onde de uma caçamba o vento sistemática e graciosamente se empenha em espalhar material sificiente para encobrir os perigosos buracos, fui em frente pelo lado ímpar da Paulista. De repente comecei a observar que não havia onde jogar o lenço de papel que eu carregava e daí por diante me dei ao trabalho de anotar os números onde um dia houve em frente uma lixeira. Uma em frente ao 709,1313, 1337, 1373, 1405; parece galeria de arte, não fosse a peça em exposição uma lixeira quebrada. Logo veio a entrada do Parque Trianon onde uma grande placa expõe “Departamento de Parques e Áreas Verdes. Secretaria Municipal do meio ambiente – PMSP” Lá também há mais uma dessas obras de arte; uma em frente ao “Personalité”, depois a de frente ao número 1793 e  finalmente a próxima do número 1915 também estava arriada. Virei então à esquerda e pensava enquanto caminhava para o meu compromisso...

Depois de tudo isso, assistir aos políticos se digladiarem, acusando-se mutuamente causa enjôo, quando se enfronham nas promessas, ai “nós que é bombo” “ingúia”, borca. Não há crescimento nem verba, mas as promessas são de mundos e fundos! Urbanização de favelas, plano para Minas Gerais, habitação, escolas, esportes – “quero ser presidente para melhorar a vida das pessoas”. Senhores..., eu diria se me ouvissem, sequer as lixeiras da Avenida Paulista, estouradas após um jogo de futebol há muito tempo, foram ainda trocadas, como não ver falácias em tantas promessas?
(Sem revisão)

  
Soaroir
Enviado por Soaroir em 23/10/2006
Reeditado em 23/10/2006
Código do texto: T271583
Classificação de conteúdo: seguro

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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Sem tempo para odiar


I had no time to Hate --
  Because
  The Grave would hinder Me --
  And Life was not so
  Ample I
  Could finish -- Enmity --
  
  Nor had I time to Love --
  But since
  Some Industry must be --
  The little Toil of Love --
  I thought
  Be large enough for Me --
 ~ Emily Dickinson
 
Para o Ódio nunca tive –
Tempo –
pois que a Morte espreita –
E a vida nunca foi
tanta
Que uma Aversão se acabasse.

Nem tempo tive de Amar –
Ocupar-me
Era preciso –
Do amor o simples Trabalho –
Como achei –
Que Me bastava. ~Ana Luisa Amaral