Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

Crônicas

Cronikinha



CGI


Laptop deveria se chamar dickheater , facilita a vida, mas como esquenta! Exceto minhas lembranças para montar um romance ou poesia furta-cor, como aquelas dos filmes que não fazem mais, com mocinhas e vilões, correspondência perfumada, cantorias em família após o jantar. Propícia época aquela para os poetas viverem os amores vencidos e as paixões não enterradas e em um dia de chuva desmascararem as burguesias.

Mas o tempo é só um invento e o passado são intentos que, se não reconhecêssemos que estão falidos, viveríamos como astronautas com o umbilical rompido e a boca aberta cheia de afônicos ais.

Nesses dias de chuva, diferente dos de Eça, embora ainda confrontemos os opostos, o presente não me deixa espaço para me deprimir com a aurora, tampouco com inventos abstratos... Um romance, uma poesia sobre cartas perfumadas... parecem, realmente, quadro a quadro... ridículos nessa tela. Nesse calor.